De política em política


Por Antônio  Pellegrino

olpe. Privatizações. Fora Temer! O Facebook é um antro de discurso político e de fáceis inimizades. Vergonha alheia. Panelaços. Camisas da CBF. A inocência manipulada pelas telas luminosas com a tecla sap inativa.

Procurei pela cena real e acabei em uma coletiva de imprensa de um prefeito eleito pela primeira vez em uma cidade de pouco mais de 200 mil habitantes.

A imprensa local reunida. Jornalistas trocavam farpas ao revelar a grande farsa da humanidade... a imparcialidade inexistente em qualquer veículo de comunicação.

O fim do jornalismo. O fim da democracia. O fim da constituição. A verdadeira crise ainda está por vir e não será televisionada!

Athaliba e A Firma - Política


Esquerda! Direita? Argh... Eu a procura de um bar. Passo em outra coletiva, dessa vez em outra cidade que ainda terá o segundo turno nas eleições municipais.

Discurso pré-programado. Pose para foto. Promessas contraditórias. Palanque completo.

A clássica feijoada de quarta fazia efeito em meu estômago a cada frase polida proliferada por aquele homem branco de sorriso bege.

Puxa-sacos e infinidade de câmeras bloqueavam a porta do banheiro. Gostosas do comitê dançando os passinhos da campanha. Aplausos. E minha barriga feita um liquidificador.

Não deu outra. É no bar que me encontro. Em poemas concretos lembro de um clássico do punk nacional.

Garotos Podres - Vou fazer cocô


Em tempo, a cada gole de uma Budweiser gelada, captava alguns fragmentos de vozes. Dois jovens trocavam olhares fogosos até que um vendedor de bala reconhece o rapaz. “E aí, como você está e tals”, essas coisas aí. O rapaz revista os próprios bolsos, carteira, mas não acha nada. O vendedor companheiro descola umas duas balas e solta “pra vocês beijarem na boca”. Sorrisos tímidos. Correção da postura. A garota se prepara para o beijo.

Quando entram naquele silêncio estrondoso... fim do gelo... a boca se mexe... mas não se tocam. Fala do político que está em campanha e de como ele é diferente, “vai acabar com essa roubalheira”, e lutar contra essa “corja que está aí”.

E tudo acaba como começou!
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